No mês de Julho os presidentes do bloco econômico Mercosul e Aliança do Pacífico se reuniram pela 1ª vez para confirmar a aproximação desses dois maiores blocos da América Latina. A reunião aconteceu enquanto ocorriam os turbulentos comentários do presidente americano Donald Trump sobre acabar com o Nafta – Tratado de Livre-Comércio da América do Norte.
No México, a política pode sofrer mudanças de rumo, já que foi eleito como presidente Andrés Manuel López Obrador, que irá assumir o cargo em dezembro.
Dias antes da reunião, Obrador afirmou que não iria ao encontro marcado pois a Justiça eleitoral ainda não o tinha formalizado como presidente.
A proximidade entre os países latino-americanos e suas negociações comerciais é visualizada por muitos como uma estratégia de peso frente à mesa de negociação com os americanos.
Piñera, atual presidente do Chile, é apontado como o fundamental ”arquiteto” na construção das relações comerciais entre o Mercosul e a Aliança do Pacífico.
O diplomata Rubens Barbosa afirmou que nessa reunião provavelmente não haveria nada de concreto pois dependeriam das negociações realizadas sobre o Nafta e os EUA, como também das decisões do novo governo que irá assumir em dezembro.
Na visão de Victoria Gaytan, da plataforma de pesquisas em relação a América Latina, como especialista das relações entre a região e os EUA, faz sentido o México realizar negociações entre os países parceiros da região e também novas condições para o Nafta.
Desde de 2014 a Aliança do Pacífico e o Mercosul tentavam conciliar as agendas do grupo de comércio exterior. O encontro em Puerto Vallarta foi o primeiro entre as chefias presidenciais de ambos os blocos, por conta da afinidade política entre os dois presidentes.
No entanto, com as mudanças nos governos do Paraguai, Brasil, México e Colômbia, aparecem dificuldades em relação a um resultado real sobre a reunião. Segundo Paulo Estivallet, subsecretário-geral da América Latina e Caribe, a reunião trás como um propósito simbólico um impulso político, conforme a dedicação para que o encontro ocorresse.
Conforme também a declaração do Diplomata, pelas conversas entre os presidentes, o projeto segue para um plano de ação que simplifica o comércio entre os países, somando a área de compras online, além dos serviços e também demandas que envolvem os direitos do consumidor.
De acordo com a CNI (Confederação Nacional da Indústria), a Aliança do Pacífico é a quinta em referência aos destinos de exportações brasileiras. A Confederação é a favor dos acordos entre os dois blocos econômicos.
Segundo Carlos Abijaodi, diretor de desenvolvimento industrial da CNI, o Mercosul necessita de uma agenda ambiciosa seguindo diversos encontros sobre acordos comerciais com outros Países da Aliança.
Fonte : Beatriz Bulla , O Estado de S.Paulo